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Os novos desafios do Serviço Nacional de Saúde

O Serviço Nacional de Saúde é visto como uma das maiores conquistas sociais e políticas de Portugal desde 1974. Estudos e relatórios internacionais mostram que o país consegue obter resultados em Saúde acima do expectável para o seu nível de desenvolvimento económico e social. Porém, a garantia da sustentabilidade e qualidade do sistema acarretam desafios. Listamos alguns.

Fomentar a eficiência dos recursos

A despesa efetiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) atingiu em 2018 cerca de 10 mil milhões de euros, um crescimento de 12% face a 2015, segundo dados do Governo. A inovação terapêutica surge como uma das parcelas dos gastos em crescimento e é vista como uma ameaça à sustentabilidade do SNS. É, no entanto, crucial garantir que existem recursos suficientes e disponíveis ao longo do tempo para prover acesso atempado a cuidados de saúde que respondam à evolução das expectativas das populações. Para isso, o SNS deve debater-se pela qualidade dos serviços de saúde, indo ao encontro das necessidades dos utentes, pelo custo mais baixo e de acordo com o regulamentado, não deixando ninguém de fora e favorecendo a equidade.

Apostar em tecnologias de informação

O SNS tem nas suas mãos a necessidade de garantir a sustentabilidade tecnológica. Estando o setor da saúde exposto à inovação, o acompanhamento dessa evolução exige atenção e resposta permanente. Estar disponível para concentrar recursos em torno das necessidades dos utentes e profissionais exige apostar em tecnologias de informação e de gestão que aumentem o tempo dispensado com quem mais necessita e ao mesmo tempo reduza desperdício e perdas na cadeia de valor em saúde. A aposta em equipas e sistemas de gestão clínica, bem como na qualidade do serviço prestado em todas as estruturas de um hospital, é um importante desafio para garantir a satisfação de todos.

Investir na promoção da saúde

A promoção da saúde é uma estratégia eficaz e custo-efetiva na prevenção da doença. É fundamental investir no empoderamento pessoal e social, nas redes de proximidade, na corresponsabilização da sociedade e na afetação de recursos específicos às necessidades de cada indivíduo. O SNS deve estar atento às desigualdades, aos novos padrões de consumo e de comunicação e às mudanças globais no meio ambiente, para traçar estratégias de ação em Saúde. Novos desafios decorrem destes fatores, nomeadamente rápidas mudanças sociais, económicas e demográficas. Por outro lado, importa combater barreiras no acesso à Saúde para promover a equidade e com isso dar respostas efetivas em tempo útil.

Aumentar a literacia

Ter literacia em saúde é a capacidade para tomar decisões fundamentadas, ao longo da vida e no dia a dia, seja em casa, na comunidade, no trabalho, na utilização do sistema de saúde ou no contexto político. Investir em literacia implica fornecer acesso a informação, conhecimento e educação em saúde. Dotar o cidadão de competências cognitivas e sociais fomenta a sua habilidade para manter o seu bem-estar físico, social e mental. Apostar nessa via é essencial para conduzir o cidadão a escolhas informadas. Por outro lado, essa capacitação permite aumentar o acesso aos serviços de saúde, mas, ao mesmo tempo, fomentar a sua correta utilização.

Responder ao envelhecimento da população

Dados da Comissão Europeia indicam que a proporção de pessoas em idade ativa no espaço comunitário está a diminuir, enquanto o número relativo de reformados continua a aumentar. A percentagem de idosos na população total crescerá significativamente ao longo das próximas décadas, à medida que a geração do baby boom atinge a idade da reforma. Tal poderá agravar o ónus sobre a população ativa, que terá de suportar as despesas sociais exigidas pela população envelhecida. Neste aspeto, os hospitais e centros de saúde devem apostar em soluções eficientes e ao mesmo tempo efetivas. A hospitalização domiciliária tem-se mostrado como uma solução win-win, em que doente e SNS saem a ganhar. Para isso, é preciso reconhecer e dotar os cuidadores informais, integrá-los na relação entre o doente e os serviços de saúde e fornecer cuidados específicos em rede e com o devido suporte técnico.

Conclusão

Investir no SNS é investir na saúde da população, mas também na economia, no desenvolvimento social e no bem-estar de todos. Uma população saudável, sem iniquidades, torna o país mais competitivo e próspero. Novos desafios são também novas oportunidades de intervenção. A literacia em saúde contribui para que os cidadãos tenham também um papel importante na gestão da sua saúde. Já o SNS deverá saber responder às necessidades dos indivíduos, com a satisfação de todos os agentes em saúde no horizonte.

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