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Estará a sua unidade de saúde preparada para o desconfinamento? 5 sugestões a ter em conta

Com o fim do confinamento à vista, doentes urgentes e não urgentes voltarão a procurar os serviços de saúde com a intensidade de antes. Mas com uma agravante: com pior estado de saúde. Dado o grande volume de cirurgias e consultas canceladas, os serviços médicos arriscam entrar em sobrecarga, deixando de ter capacidade de resposta. É altura de pensar na retoma da atividade presidencial, prever problemas e introduzir soluções. Tome nota de cinco dicas para facilitar o regresso à normalidade.

Com o agravamento da situação pandémica em 2021, as autoridades portuguesas introduziram um novo confinamento geral e com isso a suspensão do atendimento de doentes não-urgentes em algumas unidades. As instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS) viram-se obrigadas a cancelar parte da atividade presencial das patologias não-COVID-19 que é, em volume, muito superior à da doença provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2.

Atividade suspensa

Ainda não existem dados publicados sobre o impacto do confinamento geral no SNS no âmbito do estado de emergência em 2021, mas sabemos que em 2020 houve menos 11,4 milhões de contactos presenciais com os utentes nos centros de saúde face ao ano anterior, segundo dados da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH). Nos cuidados de saúde primários, a redução de consultas médicas presenciais foi de 38%, enquanto nos contactos presenciais de enfermagem a quebra foi de 18%. Ao nível hospitalar, realizaram-se menos 3,4 milhões de contactos presenciais, entre consultas, cirurgias e urgências.

Como o regresso à normalidade, as unidades de saúde vão fazer a priorização dos doentes não COVID-19 começando pelos mais urgentes. É sabido que parte desses utentes precisa de ser avaliado o mais rapidamente possível, sobretudo os que estão referenciados pela Oncologia ou Cardiologia por exemplo. Mas existe um conjunto de outros doentes que vai voltar a procurar os hospitais e centros de saúde na ânsia da realização de uma consulta ou procedimento médico desmarcado. Os interesses desses cidadãos devem estar acautelados.

Com o processo de vacinação contra a COVID-19 em curso, os secretários clínicos não terão capacidade para dar resposta aos pedidos de informações de todos os doentes. É altura de organizar e preparar as unidades para a iminente retoma da atividade.

Aqui ficam cinco sugestões para agilizar esse processo:

1.   Crie menus telefónicos abrangentes

Todos os utentes devem sentir-se acompanhados e não podem ser esquecidos, por isso os serviços de saúde devem ter respostas adequadas para cada uma das necessidades

dos doentes. Softwares informáticos flexíveis, ajustáveis e programáveis podem ser a peça-chave na organização de um serviço de saúde. Encaminhar os pacientes para o serviço certo através de um serviço de gestão de chamadas telefónicas, tendo em conta o âmbito das suas dúvidas, é essencial para manter o bem-estar e a sanidade mental dos profissionais e utentes. Sabemos que as dúvidas são muitas: sobre a vacinação, as consultas em atraso, as análises clínicas, o normal follow-up dos doentes… Ter um atendedor de chamadas com voicemail que permite segmentar as dúvidas dos utentes pode deixar o paciente tranquilo. Este sabe que informou a sua unidade de saúde sobre a sua questão e em breve terá uma resposta. Por outro lado, este tipo de sistemas permite libertar os profissionais para a execução das suas funções.

2.   Dê respostas ajustadas às necessidades dos doentes

Para cada doente, uma resposta: o doente deve conseguir chegar ao contacto com a sua unidade de saúde, transmitindo a sua dúvida e obtendo soluções. Os doentes não devem deixar de ser ouvidos, sob pena de verem o seu estado de saúde agravado. Os serviços de saúde devem estar organizados em torno do doente e das suas necessidades e nunca o contrário. Aposte na teleconsulta no caso dos utentes que podem ser observados à distância. Isso libertará profissionais de saúde, diminuirá a afluência às unidades e permite uma melhor gestão do tempo e espaços.

3.      Previna a sobrecarga nos profissionais da saúde

Vários estudos mostram que a prevalência de doenças mentais entre os profissionais de saúde tem vindo a aumentar. Em muitos casos, a sobrecarga de trabalho é uma das causas. Para travar estados de burnout é essencial introduzir soluções funcionais que agilizem o funcionamento dos serviços. Colocar a responsabilidade dos desfechos clínicos nos profissionais de saúde da linha da frente é um erro. É preciso organizar as unidades e facilitar o fluxo de trabalho dos vários intervenientes.

4.   Antecipe problemas

É importante acautelar a possível existência de complicações no futuro. Nem tudo corre como está programado e, do ponto de vista estratégico, intervenções pensadas atempadamente antes das dificuldades surgirem permitem atacar os obstáculos com maior discernimento, assertividade e eficácia. Todas as unidades têm as suas especificidades e nada melhor do que introduzir melhorias nos serviços adaptados aos objetivos clínicos pré-existentes. Introduza soluções antes que a retoma da atividade lhe traga problemas.

5.   Reorganize serviços

Por vezes é preciso abrir a porta a mudanças. Contratar serviços que apresentem novas soluções, realocar pessoal e redistribuir papéis dentro da unidade pode desbloquear dilemas e contribuir para o bom fluxo de trabalho dentro de uma unidade. Pense que a sua unidade de saúde deve zelar pelo bem-estar dos doentes e dos profissionais de

saúde. Não tenha medo de arriscar. Quando pensada, estruturada e dotada de capacidades técnicas e humanas, a mudança só pode trazer melhorias.

Conclusão

Com o fim do confinamento, o volume da procura de serviços nas unidades do SNS vai aumentar. Antecipe os problemas que daí podem ocorrer e dote o seu centro de saúde ou hospital de capacidade de resposta. Liberte os profissionais de saúde para as atividades essenciais, para que possam tomar decisões com maior clareza e sem estarem em esforço. Pense em soluções a curto, médio e longo-prazo. É fundamental antecipar potenciais dificuldades e intervir preventivamente para fomentar o bom funcionamento da sua unidade de saúde.

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