USF modelo B. O que muda e como colocar o utente em primeiro lugar

O cenário dos Cuidados de Saúde Primários (CSP) está a mudar em Portugal. O Governo anunciou que, no último quadrimestre deste ano, vão deixar de existir Unidades de Saúde Familiar (USF) modelos A e B. Todas as USF modelo A vão passar a ser USF modelo B, isto é, com remuneração associada ao desempenho dos profissionais de saúde. Esta decisão faz parte da nova estratégia nacional de reorganização do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que vai dividir o país em Unidades Locais de Saúde (ULS).

A generalização das USF modelo B representa uma mudança significativa no sistema de saúde: agora, os profissionais serão remunerados com base no desempenho. Esta mudança tem como objetivo colocar o utente em primeiro lugar, proporcionando uma abordagem mais eficaz e centrada no paciente para o atendimento médico. Além disso, segundo o Governo, uma das vantagens desta modificação é o alargamento das listas de utentes, sendo previsível que entre 200 e 250 mil portugueses passarão a ter médico de família.

E o que podemos esperar com esta mudança? Nesta nova fase, os cuidados primários de saúde vão sofrer melhorias a nível de gestão, através, por exemplo, da introdução de indicadores de desempenho. Os novos critérios vão permitir ainda apostar na prevenção das doenças e tornar a jornada do paciente mais eficiente.

Indicadores de desempenho melhoram eficiência económica, assistencial e de acesso

Uma das mudanças mais notáveis nas USF modelo B é a introdução de indicadores de desempenho. Os médicos agora têm metas específicas a cumprir, com base em critérios que avaliam a qualidade e a eficiência dos cuidados de saúde prestados. Esses indicadores podem incluir o tempo de espera para consultas, a gestão de doenças crónicas, a taxa de vacinação e a satisfação dos utentes. O objetivo é garantir que existe um esforço coletivo para oferecer um atendimento de alta qualidade e orientado para resultados.

Os especialistas garantem que uma performance baseada nos resultados incentiva os profissionais de saúde a melhorar constantemente a qualidade dos serviços prestados. Além disso, este novo modelo promove a transparência, permitindo que os utentes vejam, de forma online, como é que a sua unidade de saúde está a funcionar em comparação com outras e de que forma as equipas médicas estão a cumprir os critérios de desempenho.

É importante realçar que este modelo não é novo nos Cuidados de Saúde Primários: a primeira USF modelo B foi criada há 16 anos. Neste período, desde que houve a primeira USF deste tipo até hoje, foram inauguradas mais 340 unidades. Os estudos comprovam que a implementação de indicadores de desempenho pode ter vários benefícios para o paciente e os profissionais.

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) já tinha confirmado, através de um estudo, que existe “um melhor desempenho por parte das USF modelo B na maioria dos indicadores considerados, possivelmente associado ao regime de incentivos financeiros aos profissionais dessas unidades funcionais, incentivos que não se encontram previstos nas USF modelo A e nas UCSP”.

Aposta real na prevenção da doença

Um dos pilares fundamentais da abordagem das USF modelo B é a preocupação na prevenção da doença. Também por influência dos novos indicadores de desempenho, estas unidades de saúde promovem ativamente a prevenção, educação e estilo de vida saudável entre os utentes. Isso é crucial para melhorar a qualidade de vida da população e reduzir a carga sobre o sistema de saúde.

Algumas das boas práticas de prevenção da doença incluem a promoção da literacia em saúde através da partilha de informação sobre rastreios médicos e vacinação, aconselhamento sobre alimentação e exercício físico e identificação de fatores de risco. Desta forma, os utentes aprendem como adotar um estilo de vida mais saudável e as equipas médicas evitam agravar os casos de doença junto da sua comunidade.

Esta prevenção não beneficia apenas os utentes, mas também ajuda a reduzir os custos do sistema de saúde a longo prazo. A prevenção da doença é muito mais económica do que o tratamento de condições avançadas e pode ajudar a evitar a sobrecarga das urgências hospitalares. Além disso, ao capacitar os utentes com conhecimento sobre a sua saúde, estes podem tomar decisões mais informadas e participar ativamente na gestão da sua própria saúde.

Um melhor atendimento promove o bem-estar do paciente e dos profissionais

Uma parte fundamental de colocar o utente em primeiro lugar nas USF modelo B é proporcionar um melhor atendimento e uma jornada mais eficiente para o paciente. A implementação de soluções tecnológicas, como a Aurora teleQ, pode ser uma estratégia eficaz para atingir esse objetivo.

O Orçamento do Estado para 2024 deixa também claro que é necessário apostar em novas estratégias tecnológicas que melhorem os serviços e facilitem a jornada de trabalho dos profissionais de saúde. Foi anunciado que, no próximo ano, a interoperabilidade vai ser reforçada e que a telemedicina, uma realidade que está em ascensão na era da pós-pandemia, vai ser expandida. A telemonitorização e a linha SNS24, que tem sido reforçada nos últimos anos, são também uma prioridade para o Executivo.

Para este objetivo contribuem tecnologias como a Aurora teleQ, uma solução que permite aos utentes contactar os centos de saúde e saber imediatamente quando é que os serviços administrativos irão retornar a chamada. Ou seja, o paciente telefona para o seu centro de saúde e a tecnologia informa-o sobre a hora a que os secretários clínicos irão ligar de volta — seja para marcar uma consulta ou para tirar alguma dúvida. Do lado dos serviços administrativos, surge uma fila de espera no sistema que lhes permite responder em tempo útil e eficazmente às chamadas.

Esta solução já provou que torna o trabalho diário mais eficiente, reduz o stress do ambiente de trabalho e liberta os funcionários para outras tarefas mais importantes. Para o utente, a Aurora teleQ evita deslocações desnecessárias às instituições de saúde e garante que todas as chamadas são atendidas no mesmo dia.

A implementação da Aurora teleQ não melhora apenas a experiência do utente, mas também ajuda os profissionais de saúde a cumprir os indicadores de desempenho estabelecidos. O tempo de espera reduzido significa que mais consultas podem ser realizadas num único dia, o que é benéfico para a USF e para os médicos que desejam atingir as suas metas de desempenho.