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Centros de saúde com escassez de médicos? Implementar um sistema de gestão de filas pode atenuar o problema
2024-06-05
by Pia
Atualmente, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) enfrenta um grande problema ao nível dos Cuidados de Saúde Primários (CSP): existe falta de médicos de família nos centros de saúde. Isto significa que, para uma parte da população portuguesa, é mais difícil aceder aos cuidados de saúde e contactar um médico.
Segundo os dados oficiais, o ano de 2023 terminou com cerca de 1.7 milhões de portugueses sem médico de família — um número que foi crescendo ao longo dos meses e que representa 16% do total de pessoas inscritas nos cuidados de saúde primários, que são 10.562.560.
À CNN Portugal, Nuno Jacinto, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), reconhece que o número é muito alto e que, no limite, coloca em causa a saúde dos utentes. “Estamos a falar de 1 milhão e 700 mil pessoas. É um número muito, muito significativo, há enormes assimetrias, há regiões onde a falta de médicos de família representa grande parte da população, como em Lisboa”.
Segundo o mesmo jornal, que cita os dados do Portal da Transparência de novembro de 2023, existe um padrão nestes números: dos 15 centros de saúde com falta de médicos de família em Portugal, 14 pertencem à região de Lisboa e Vale do Tejo — o que revela que esta região não é aliciante para estes médicos. Segundo alguns especialistas, existem fatores que podem justificar esta tendência, como o aumento do custo de vida e crise da habitação em Lisboa.
Em muitos centros de saúde, os utentes sem médico de família podem, em caso de necessidade, recorrer às chamadas consultas de recurso ou reforço. Numa situação de urgência, podem recorrer à consulta aberta, mas cada centro de saúde tem dias e horas específicos para aceder a estas consultas, o que dificulta o acesso e não garante resposta a todos o que necessitam.
No entanto, a falta de profissionais também atinge aqueles que já possuem médico de família. Falamos, por exemplo, do aumento das filas de espera, uma vez que a escassez de recursos humanos coloca em causa a resposta do centro de saúde em tempo útil. Que impacto é que isto tem na vida das pessoas e do SNS?
As consequências da escassez de profissionais para os utentes e SNS
Os cuidados de saúde primários, em muitos casos, atuam na prevenção da doença, salvaguardando a vida do paciente e reduzindo gastos desnecessários para o SNS. Quando esse acesso é dificultado, o impacto é sentido por ambas as partes.
Do ponto de vista do doente, a falta de médicos de família leva a que muitas pessoas tenham dificuldade em marcar consultas e receber atendimento médico de primeira linha. Este obstáculo no acesso pode resultar em atrasos no diagnóstico e tratamento de condições de saúde, levando a complicações graves e ao pior estado de saúde de alguns utentes.
Esta dificuldade obriga a que muitos doentes tenham de recorrer, de forma desnecessária, às urgências hospitalares, o que traz consequências para os serviços de saúde. Com uma sobrecarga de trabalho, os serviços de urgência veem os tempos de espera a aumentar e a qualidade do atendimento a diminuir para doentes com emergências reais.
“O acesso da população aos cuidados de saúde está comprometido, os cuidados de saúde primários têm de ser a porta de entrada no setor de saúde e não havendo esta porta as pessoas procuram soluções de recurso e nem sempre há”, diz Nuno Jacinto à CNN Portugal, referindo-se aos serviços de urgência.
Esta dependência excessiva dos serviços de urgência e a falta de cuidados de saúde preventivos aumentam os custos do sistema de saúde a longo prazo. Geralmente, tratar condições em estágios mais avançados é mais caro do que prevenir ou tratar precocemente nos cuidados primários.
Tudo isto, em conjunto, cria uma sensação de maior insatisfação entre os doentes, que se podem sentir negligenciados ou incapazes de aceder aos serviços de que necessitam. Neste sentido, enquanto não se encontram soluções, como é que as unidades de saúde podem atenuar este problema?
Aurora TeleQ. A solução que garante filas de espera mais eficazes e mais vagas para utentes
Para ajudar a diminuir os problemas de falta de médicos de família, é preciso criar estratégias eficazes. Por exemplo, uma das soluções pode passar por atender mais utentes sem alterar o número de consultas diárias. Como podemos fazer isto sem contratar mais profissionais? Garantindo que todas as faltas às consultas possam ser preenchidas por outras pessoas, maximizando o número de utentes assistidos.
Esta desmarcação de consultas com antecedência vai permitir que os hospitais e centros de saúde possam alocar outros doentes na mesma vaga, aumentando o número de consultas e reduzindo as filas de espera para esta especialidade. Além disto, esta prática tem um impacto positivo no SNS: ajuda ainda a maximizar recursos e a evitar gastos desnecessários com compromissos que, afinal, acabam por não se realizar.
No entanto, apesar de as unidades de saúde entenderem a importância desta medida, os serviços continuam a ter dificuldade em implementar um sistema que dê resposta a todos os pedidos de contacto. Em muitas unidades de saúde, as tentativas de chamadas telefónicas por parte dos pacientes ficam sem resposta. Face ao elevado número de chamadas, os secretários clínicos não conseguem garantir, em muitos casos, o retorno da ligação. Neste sentido, muitos dos utentes acabam por faltar ao compromisso médico por dificuldades no contacto.
A solução Aurora TeleQ, já implementada em várias Unidades Locais de Saúde (ULS), tem ajudado os secretários clínicos a maximizar o número de consultas. Quando o utente liga para o hospital ou centro de saúde, o programa informa da hora exata em que os serviços irão retornar a chamada. Desta forma, garante-se que todas as chamadas são realizadas e ninguém fica sem resposta.
Através desta tecnologia, os utentes avisam com maior antecedência que irão faltar à consulta. Assim, as unidades de saúde acabam por introduzir nessa mesma vaga um outro doente em lista de espera. Ao facilitar o contacto, este sistema melhora significativamente o acesso dos utentes aos cuidados de saúde necessários.
Por isso, quando falamos em melhorar a eficiência do sistema, a solução pode ser mais fácil do que aquilo que pensamos. Através de uma boa comunicação entre os doentes e unidades de saúde, é possível melhorar ainda mais a resposta do SNS à população.
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